sábado, 9 de fevereiro de 2008

FHC e os Cartões Corporativos


A cobertura da mídia hegemônica dispensada ao caso dos cartões corporativos possui créditos, pois inegavelmente, estavam ocorrendo abusos. Porém, todos sabem que não sou petista e nem morro de amores pelo Lula, mas algumas injustiças quanto à diferença de tratamento dispensadas pela imprensa devem ser, na medida do possível, reparadas.
O fato é que cartões corporativos não são exclusividade do governo Lula. Muitos governos, grandes corporações e instituições acadêmicas utilizam o cartão corporativo, justamente por ser uma das maneiras menos burocráticas e mais rápidas de se “contratar serviços”.
O que a mídia omite é que o cartão corporativo foi criado em 2001, na gestão de FHC, sem qualquer tipo de instrumento que facilitasse a transparência desses gastos. Em 2005, por meio de um decreto presidencial, os gastos desses cartões passaram a ser enumerados num site do próprio governo federal (acesse aqui). Todos os gastos dos 11510 (não, não estou brincando, é esse mesmo o número) servidores federais que possuem cartões corporativos estão disponibilizados para todos há quase três anos: da tapioca, passando pelos carros alugados, até gastos com hotéis e restaurantes, além dos saques; lembrando que esses cartões não podem ser utilizados no exterior. Todas as despesas são fiscalizadas e autorizadas pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Segundo o CGU (dados retirados do Correio da Cidadania), os gastos com os cartões corporativos no governo de FHC eram de R$ 250 milhões por ano, enquanto que no governo de Lula os gastos são, em média, de R$ 150 milhões por ano.
Devemos lembrar que, durante a gestão tucana, o filho de FHC gastou R$ 10 milhões num stand na Alemanha e que José Serra e Raul Jungmann fizeram turismo com verbas públicas.
É claro que o mau uso dos cartões corporativos no passado não justifica o mau uso desses cartões no presente, mesmo que em escala mais modesta. Mas devemos perguntar: Por que todo esse alarde agora se os dados dos gastos eram disponibilizados para consulta pública? Será que é por que é ano de eleições? A oposição (justamente o partido e aliados do governo FHC) devem ser beneficiados com estes “escândalos”, mesmo tendo cometido crimes piores.

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