Novo Salário Mínimo

Desde domingo, dia 1°, o trabalhador brasileiro tem “muito” a comemorar. É que está em vigor o novo valor do salário mínimo: R$ 415,00. Um reajuste de 9,21%, sendo que a valorização real (descontada a inflação) é de quase 4%.
O salário mínimo ainda está longe de satisfazer as necessidades previstas na constituição: alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência do trabalhador e de sua família. Segundo o DIEESE, o salário mínimo deveria ser no valor de R$ 1924,59, ou seja, o atual salário mínimo é cerca de 5 vezes menor do que deveria ser!
Dentre todas as políticas de distribuição de renda que foram desenvolvidas, poucas (para não dizer nenhuma) são tão eficientes quanto à valorização do salário mínimo. O que proporciona o aumento da capacidade de consumo, gerando empregos e a melhora, mesmo que mínima, das condições materiais de existência da grande massa da população estão entre as vantagens da melhoria do salário mínimo. Para os pobres, esses reais a mais se traduzem numa maior variedade e qualidade dos alimentos, em um caderno para os filhos, ou uma roupa nova de vez em quando. Para as grandes empresas significa quase R$ 22 bilhões a mais girando na economia nacional. Todos ganham.
Infelizmente a valorização (e não o simples reajuste) recebe, todos os anos, dos setores empresariais e patronais, forte resistência. Não sou lulista, mas a evolução do salário mínimo no governo Lula foi menos pior que no governo FHC. Pra se ter uma idéia, no final do governo do Fernando Henrique, o salário mínimo equivalia a U$ 54,00, hoje equivale a U$ 244,00, com uma valorização real de mais de 30% no período. Mas, como já citei acima, o salário ainda está longe do ideal e os avanços ainda não foram suficientes para minimizar uma divida histórica das elites para com o povo brasileiro e, a julgar pelo ritmo, essas injustiças tendem a se perpetuar.