domingo, 27 de abril de 2008

Eleição das Sete Maravilhas da Natureza


E não é que a fundação "New 7 Wonders Foundation", que bolou a eleição das novas 7 maravilhas do mundo, agora inventou uma eleição para a escolha das 7 maravilhas da natureza?
A eleição passada teve um resultado polêmico, pois muitos possíveis candidatos de qualidade ficaram de fora e mesmo os eleitos ficaram longe de ser unanimidade: Machu Picchu, Taj Mahal, Coliseu de Roma, Chichén Itzá, Petra, Grande Muralha da China e o Cristo Redentor.
De todos os sete foi justamente o Cristo Redentor que causou o maior frisson na imprensa internacional, com inúmeras críticas (o que eles queriam? Que a Torre Eifel ou que a Estátua da Liberdade ganhassem?). Mas o que importa é que foi eleito pelas regras do concurso e melou as expectativas dessa idéia torpe.
Agora eles estão de volta, mas com uma idéia ainda pior. É claro que nessa escolha o que vale é a estética, a beleza de cada lugar, ou seja, um aspecto subjetivo. Mas nenhum dos candidatos (e os milhares de lugares não “escolhidos” candidatos) merece uma visibilidade maior que os outros. Todos (arquipélagos, montanhas, geleiras, florestas, lagos, rios, praias, desertos, etc.) são importantes, mas reconheço (ao menos quero acreditar) que a idéia é bem intencionada apesar de idiota.
São 270 candidatos de todo o mundo. Algumas escolhas ou ausências são curiosas: nenhum candidato da Antártida, será que esse continente, tão frágil e quase intocado não possui nenhuma beleza comparável ao restante do mundo? Os EUA possuem 18 candidatos à maravilha natural (enquanto todo o belíssimo continente da Oceania possui apenas 16), incluindo a praia de Big Sur que, embora inegavelmente bela, não chega perto da beleza de muitos pontos do litoral brasileiro; e uma série de outras incongruências que podem ser notadas ao se ler a lista. É importante frisar que aparentemente os organizadores desse “concurso” ao menos tiveram a decência de tentar selecionar uma quantidade razoável de candidatos de todos os continentes habitados.
O que proponho é um boicote da seguinte maneira: votarmos em todos os seis candidatos brasileiros: Rio Amazonas, Arquipélago de Fernando de Noronha, Cataratas do Iguaçu, Monte Roraima, Parque Nacional do Pantanal e o Pão de Açúcar. Já pensaram eles anunciando, que das sete maravilhas da natureza, quatro, cinco ou seis estão no Brasil? Esse concurso cairia em descrédito na mesma hora e dessa forma talvez consigamos impedir que essas eleições sem sentido ocorram novamente. Se quiserem chamar a atenção da opinião mundial para a importância de preservarmos estes lugares que o façam sem desmerecê-los entre si.
Clique aqui para votar.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Os Melhores Fã-Filmes do Batman (Na Minha Opinião) - Parte Final



Batman Legends

Realizado pelo pessoal da Bat in the Sun Productions, que produziram diversos fã-filmes (vale a conferida), é o menos primoroso do ponto de vista técnico, mas faz uma espécie de resumo das histórias em quadrinhos do Batman da segunda metade dos anos 80 até a primeira metade dos anos 90 (época em que me tornei fã).
Eventos como a fuga de todos os detentos do Asilo Arkham, a “origem” do Coringa, a morte de Robin, a luta com o Superman, a derrota para o Bane (que o deixou paraplégico), além da aparição de muitos vilões tornam este fã-filme no mínimo curioso.

Nota: 8,5.



Fã- filmes possuem a vantagem de transferir para as telas tudo aquilo que os fanboys (e muito do que os fãs de verdade) gostariam de ver. É por isso que não são tão comercializáveis quanto os filmes oficiais, pois são feitos para um público restrito (de fãs para fãs) e muito do que eles passam apenas as pessoas que acompanham as histórias podem entender, está implícito nas cenas.
Batman, Superman, os demais personagens da DC, os da Marvel, Star Wars, games e muitos outros ícones da cultura nerd possuem centenas de histórias feitas por fãs. Algumas são boas, outras ruins, mas todas são divertidas.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Os Melhores Fã-Filmes do Batman (Na Minha Opinião) - Parte 3



Asilo Arkham

O Asilo Arkham é um manicômio para onde os vilões mais insanos são mandados. Um lugar tenebroso. O que aconteceria se eles se rebelassem? Isso já foi imaginado. Trata-se de um Graphic Novel, publicada nos anos 80, escrita por Grant Morrison e desenhada por David Mckean. Nela, um dos maiores clássicos dos quadrinhos de todos os tempos, os criminosos se rebelam e exigem a presença de Batman. Uma vez dentro do asilo, o Homem-Morcego passa a ser perseguido pelos internos até o ponto de ficar esgotado tanto física quanto psicologicamente. Levado ao limite, o Cavaleiro da Trevas se desespera e expõe suas fragilidades. A arte de Mckean fornece o clima de delírio extremo que a história pede. E o resultado: uma das histórias mais cultuadas e discutidas do Homem-Morcego.
Acontece que fizeram um fan-filme dessa preciosidade. E é outro que foi estruturado de modo a parecer um trailer. Muito fiel à história original, os efeitos especiais são muito respeitáveis e o Coringa é assustador e insano. É interessante o fato de ter sido feito por espanhóis.

Nota: 9,5.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Os Melhores Fã-Filmes do Batman (Na Minha Opinião) - Parte 2


Grayson

Este foi feito como se fosse um trailer de um filme cujo personagem principal seria Robin, o eterno sideck do Cavaleiro das Trevas. E é daqueles trailes que no deixam morrendo de vontade assistir ao filme (que infelizmente não existe). Talvez não seja tão bem produzido quando o Dead End, mas com certeza é igualmente respeitoso aos personagens.
A história se passaria num futuro em que o Batman teria sido assassinado, sendo que o crime ficaria impune se não fosse pela revolta de Dick Grayson (o menino-prodígio original, que não tem mais idade pra ser chamado assim). O vídeo mostra seu treinamento para voltar a ser o Robin, seu enfrentamento com a polícia corrupta de Gotham, inimigos clássicos da dupla dinâmica, e com alguns super-heróis.E é nesse ponto que um amedrontador Coringa aparece (o cara não diz uma palavra e só fica rindo, mas é muito parecido com o Coringa do Alex Ross). Daí pra frente é só ação e num visual extremamente quadrinístico: Grayson enfrenta o Coringa, o Pinguim, o Charada, a Caçadora, a Mulher-Gato, os policiais corruptos, a Mulher-Maravilha e o próprio Superman (além das participações do Laterna Verde e de Bárbara como a Batgirl)!!
Se fizessem uma série com esta premissa seria a substituta ideal de Smallville, mas parece que os fãs sempre tem idéias melhores que os produtores da Warner.
Ao contrário da maioria dos fanboys eu gosto do Robin, acho que a mitologia do defensor de Gotham City ficaria incompleta sem ele, é como se tirassem o Batmóvel, o Alfred, o bat-sinal ou o Comissário Gordon da histórias (nenhum deles, em última instância, é necessário, mas não seria a mesma coisa). Não é o conceito de parceiro mirin que ficou antigo, mas a qualidade dos roteiristas que decaiu muito.

Nota: 9,0



Continua...

domingo, 13 de abril de 2008

Os Melhores Fã-Filmes do Batman (Na Minha Opinião) - Parte 1


Fã-Filmes são filmes, não oficiais, realizados por fãs, alguns realmente muito bons, outros nem tanto. Mas que possuem em comum o fato de se respeitar a essência dos personagens, coisa que muitas produções oficiais não fazem.
Vou enumerar em seguida os melhores fan filmes, na minha opinião é claro, do meu personagem preferido: O Batman!!

1 – Batman: Dead End

O preferido de 9 entre cada 10 fãs (não sem um certo exagero), mas o fato é que, até o lançamento deste filme, o Homem-Morcego jamais tinha sido adaptado com uma ambientação que nos faça lembrar os quadrinhos (ele é de antes do Batman Beggins), e a quem defenda os filmes de Tim Burton, que possuem méritos, mas são autorais demais. Produzido, escrito e dirigido por Sandy Corolla, como uma espécie de amostra do que ele pode fazer como diretor e exibido no Comic-Com, um dos maiores eventos de quadrinhos dos EUA, o filme causou tamanho frenesi entre os fãs Cruzado de capa que a Warner tentou de todas a maneiras impedir a divulgação do filme (que poderia atrapalhar a produção de Batman Beggins) mas ainda bem que existe o YouTube. O filme mostra um Batman mais próximo do real, como uma roupa de tecido (e não uma armadura), e apetrechos “comuns” (e não extremamente tecnológicos) como na época áurea dos quadrinhos do Morcego. O filme desenvolve um diálogo fodástico entre o Coringa e Batman, não que sejam diálogos dignos de um Alan Moore, mas desanda quando dois personagens de outros filmes aparecem...
(Observação: Onde as legendas falam em doutor Harley Quinn, na verdade é doutora, trata-se da Arlequina, futura namorada do Coringa).

Nota: 8,5



Continua...

domingo, 6 de abril de 2008

Resultados do ENEM em Londrina


Na mesma semana em que uma escola foi depredada, pelos próprios alunos, em Londrina, o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) foi publicado pelo INEP (Instituto de Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
Apesar de todas as críticas recebidas pelo exame (é inegavelmente mais fácil que os vestibulares convencionais; propões uma prova interdisciplinar, mas as questões são medíocres, etc.).
Mas o fato é que o ENEM, bem ou mal, é, por enquanto, a única avaliação do ensino médio brasileiro. Querendo ou não todos os alunos (ao menos os que querem, ou seja, os mais interessados e não todos, outro defeito da prova) se submetem a mesma prova. E o resultado? O Brasil teve média de 51,67, o Paraná teve média 52,544, e Londrina de 55,884.
Agora, o que interessa: as escolas.
Na comparação entre as escolas públicas e as escolas particulares, as públicas obtiveram média de 52,584 no município de Londrina, enquanto as particulares obtiveram 68,426.
As sete escolas públicas com melhores notas do município são: em primeiro, Colégio Estadual Professor José Aloísio Aragão (Colégio de Aplicação da UEL) com 67,09; em segundo, Colégio Estadual Professor Newton Guimarães, com 62,49; em terceiro, Colégio Estadual Marcelino Champagnat, com 59,93; em quarto, Escola Estadual Professora Cléia Godoy F. Silva, com 58,18; em quinto, Colégio Estadual Professor Vicente Rijo, com 57,32; em sexto, Colégio Estadual Hugo Simas, com 56,92; e, em sétimo, o Colégio Estadual Professor Paulo Freire, com 56,44 (Lembrando que estudei no primeiro e no sétimo colocados). Bom, quase sem surpresas, é fato que as escolas localizadas na região central da cidade são reconhecidamente as melhores (ou menos ruins) muito embora tivemos duas (a quarta e a sétima) que estão localizadas na zona sul da cidade. E nenhuma escola pública alcançou a média das escolas particulares.
As sete melhores colocadas das escolas particulares do Município de Londrina foram: em primeiro, Colégio Universitário, com 73,55, em segundo, Colégio Marista de Londrina, com 73,44, em terceiro, Colégio Maxi, com 70,96; em quarto, Colégio Ateneu, com 69,46; em quinto, Colégio Londrinense, com 69,41; em sexto, Colégio Pontual, com 68,87; em sétimo, Colégio Nobel, 67,76. O resultado é completamente desfavorável às escolas públicas, pois a sua melhor colocada ficou atrás da sétima colocada entre as particulares.
As piores colocadas entre as escolas particulares foram: Colégio La Salle Canadá, com 66,21; Colégio Adventista, com 62,62; Colégio Mãe de Deus, com 61,98.
Ou seja, APENAS DUAS escolas públicas (Aplicação e Newton Guimarães) conseguiram médias melhores que a pior colocada entre as escolas particulares.
As sete piores notas das escolas públicas são: Colégio Estadual Benedita R. Rezende, com 48,04; Colégio Estadual Guaravera, com 47,49; Colégio Estadual Carlos de Almeida, com 47,44; CEEBJA UEL, com 47,02; Colégio Estadual Paiquerê, com 47,00; Colégio Estadual Thiago Terra, com 45,33; Colégio Estadual José de Anchieta, com 44,86. Dessas, talvez a maior surpresa seja o José de Anchieta (região central, escola pior colocada no município), com relação às demais, duas estão localizadas na zona rural e as outras em regiões bastante periféricas da cidade, o que demonstra a dificuldade do governo em conseguir melhorar as condições de ensino da população que mais precisa.
O ensino brasileiro, em especial o público, é cheio de problemas e os resultados falam por si só. Todavia, os maiores problemas das escolas públicas brasileiras estão num nível extra-escolar, ou seja, são problemas estruturais da sociedade. Enquanto os problemas da educação são discutidos como se fossem apenas problemas intra-escolares jamais conseguiremos melhora-los. Mesmo que as escolas públicas sejam estruturadas com os melhores laboratórios, equipamentos e livros, mesmo que cada aluno tenha um note book próprio, mesmo que todos os professores fossem motivados e preparados, nada disso adiantaria se os alunos “não quiserem” aprender, se não enxergarem o quanto a escola e o aprendizado lhes são importantes, nada disso vai resolver. Não é questão de transferir a responsabilidade apenas para os alunos, mas é uma questão cultural, sem dúvida. Se a educação, nas escolas, é uma via de mão dupla, numa relação entre professores e alunos, ambos precisam ser responsabilizados e cientes da importância do trabalho que desenvolvem naquele espaço, não apenas para eles mesmos, mas para toda a sociedade.
E se você quiser conferir as médias de sua escola clique aqui.

terça-feira, 1 de abril de 2008

O Trânsito em Londrina - Parte 2


Quando a área central (sítio urbano original da cidade) foi projetada, no final da década de 20, ninguém esperava que a cidade tivesse mais de 50000 habitantes no ano 2000, ou seja, esperava-se que durante décadas, o quadrilátero central (um conjunto de aproximadamente 200 quadras no tamanho de 100x100 metros, dispostas no formato de um tabuleiro de xadrez, no espigão divisor de águas localizado entre o Ribeirão Cambe e o Ribeirão Quati), fosse mais que suficiente para suprir a demanda da ainda futura (e hoje ex) Capital Mundial do Café. O fato é que a cidade cresceu “apenas” dez vezes mais do que esperavam.
Para todos aqueles que circulam pelo centro da cidade, o desgaste do projeto urbanístico original e a dificuldade em se contornar o problema é óbvia. Mesmo o sistema de transporte coletivo, que já foi um dos orgulhos da cidade (assim como a Sercomtel, o Lago Igapó, a UEL, o Calçadão, o Estádio do Café, seus administradores...), é hoje uma de suas maiores vergonhas (assim como a Sercomtel, o Lago Igapó, a UEL, o Calçadão, o Estádio do Café, seus administradores...).
O sistema de transportes da cidade tende a, na melhor das hipóteses, comprometer o crescimento e o desenvolvimento da cidade por décadas. Quanto mais o dinamismo econômico diminuir, menos recursos teremos para recuperá-lo. Ainda não é o caso, mas não é difícil fazermos uma analogia entre Londrina e um obeso que se asfixia com seu próprio peso.
Londrina não cresceu de maneira saudável. É uma cidade desigual, é uma “metrópole” que periga nunca sair do papel.