domingo, 6 de abril de 2008

Resultados do ENEM em Londrina


Na mesma semana em que uma escola foi depredada, pelos próprios alunos, em Londrina, o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) foi publicado pelo INEP (Instituto de Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
Apesar de todas as críticas recebidas pelo exame (é inegavelmente mais fácil que os vestibulares convencionais; propões uma prova interdisciplinar, mas as questões são medíocres, etc.).
Mas o fato é que o ENEM, bem ou mal, é, por enquanto, a única avaliação do ensino médio brasileiro. Querendo ou não todos os alunos (ao menos os que querem, ou seja, os mais interessados e não todos, outro defeito da prova) se submetem a mesma prova. E o resultado? O Brasil teve média de 51,67, o Paraná teve média 52,544, e Londrina de 55,884.
Agora, o que interessa: as escolas.
Na comparação entre as escolas públicas e as escolas particulares, as públicas obtiveram média de 52,584 no município de Londrina, enquanto as particulares obtiveram 68,426.
As sete escolas públicas com melhores notas do município são: em primeiro, Colégio Estadual Professor José Aloísio Aragão (Colégio de Aplicação da UEL) com 67,09; em segundo, Colégio Estadual Professor Newton Guimarães, com 62,49; em terceiro, Colégio Estadual Marcelino Champagnat, com 59,93; em quarto, Escola Estadual Professora Cléia Godoy F. Silva, com 58,18; em quinto, Colégio Estadual Professor Vicente Rijo, com 57,32; em sexto, Colégio Estadual Hugo Simas, com 56,92; e, em sétimo, o Colégio Estadual Professor Paulo Freire, com 56,44 (Lembrando que estudei no primeiro e no sétimo colocados). Bom, quase sem surpresas, é fato que as escolas localizadas na região central da cidade são reconhecidamente as melhores (ou menos ruins) muito embora tivemos duas (a quarta e a sétima) que estão localizadas na zona sul da cidade. E nenhuma escola pública alcançou a média das escolas particulares.
As sete melhores colocadas das escolas particulares do Município de Londrina foram: em primeiro, Colégio Universitário, com 73,55, em segundo, Colégio Marista de Londrina, com 73,44, em terceiro, Colégio Maxi, com 70,96; em quarto, Colégio Ateneu, com 69,46; em quinto, Colégio Londrinense, com 69,41; em sexto, Colégio Pontual, com 68,87; em sétimo, Colégio Nobel, 67,76. O resultado é completamente desfavorável às escolas públicas, pois a sua melhor colocada ficou atrás da sétima colocada entre as particulares.
As piores colocadas entre as escolas particulares foram: Colégio La Salle Canadá, com 66,21; Colégio Adventista, com 62,62; Colégio Mãe de Deus, com 61,98.
Ou seja, APENAS DUAS escolas públicas (Aplicação e Newton Guimarães) conseguiram médias melhores que a pior colocada entre as escolas particulares.
As sete piores notas das escolas públicas são: Colégio Estadual Benedita R. Rezende, com 48,04; Colégio Estadual Guaravera, com 47,49; Colégio Estadual Carlos de Almeida, com 47,44; CEEBJA UEL, com 47,02; Colégio Estadual Paiquerê, com 47,00; Colégio Estadual Thiago Terra, com 45,33; Colégio Estadual José de Anchieta, com 44,86. Dessas, talvez a maior surpresa seja o José de Anchieta (região central, escola pior colocada no município), com relação às demais, duas estão localizadas na zona rural e as outras em regiões bastante periféricas da cidade, o que demonstra a dificuldade do governo em conseguir melhorar as condições de ensino da população que mais precisa.
O ensino brasileiro, em especial o público, é cheio de problemas e os resultados falam por si só. Todavia, os maiores problemas das escolas públicas brasileiras estão num nível extra-escolar, ou seja, são problemas estruturais da sociedade. Enquanto os problemas da educação são discutidos como se fossem apenas problemas intra-escolares jamais conseguiremos melhora-los. Mesmo que as escolas públicas sejam estruturadas com os melhores laboratórios, equipamentos e livros, mesmo que cada aluno tenha um note book próprio, mesmo que todos os professores fossem motivados e preparados, nada disso adiantaria se os alunos “não quiserem” aprender, se não enxergarem o quanto a escola e o aprendizado lhes são importantes, nada disso vai resolver. Não é questão de transferir a responsabilidade apenas para os alunos, mas é uma questão cultural, sem dúvida. Se a educação, nas escolas, é uma via de mão dupla, numa relação entre professores e alunos, ambos precisam ser responsabilizados e cientes da importância do trabalho que desenvolvem naquele espaço, não apenas para eles mesmos, mas para toda a sociedade.
E se você quiser conferir as médias de sua escola clique aqui.

6 comentários:

Anônimo disse...

muita coisa pra ler O.o
ta tarde
to soninho :P
mas é intereçante
pena q com sono eu nao consigo raciocinar pra fazer um comentari decente
:D

Unknown disse...

Eu não vivo no Brasil há muitos anos, como para opinar na estrutura do ensino atual, mas pelo texto escrito bastante informativo da situação relativa a cidade que mencionas, posso ter uma idéia. Eu creio que o problema do interesse os alunos, vai mais além das responsabilidades desta estrutura (professores,programas de ensinamento, etc) e passa a ser um problema social devido a que, a cultura da "preguiça" abunda nos jóvens brasileiros. Basta navegar com os "submarinos do bom senso" nos "Orkuts da vida" e constatar que tempo para "barracos" e " perdas de tempo" os jóvens têm de sobra.... mas estudos que é bom, nada. Aliás triste é ver o nível da utilização da língua. Deplorável. Já poucas pessoas se interessam em escrever corretamente, e quando menos coerentemente. Muito bom o seu texto informativo. Obrigada pela visita ao Arco da Velha. Aqui estou hehehe.
E se tenho algo que criticar, são as cores do blog. Fundo negro e letras brancas forçam muito a vista do leitor. Se você pretende continuar com o fundo negro, atenue as letras para cinza, para que a vista não sofra. No mais, perfeito.
Um abraço.

Marcos Costa Melo disse...

Já trabalhei em escola pública, particular, em faculdade e tenho absoluta certeza que o problema é geral e, obviamente, mais grave nas instituições públicas, entre outras razões, pela limitação em impor e cumprir determinadas normas.

Atualmente, trabalho numa escola pública com estrutura que muita particular não tem. Entretanto, nos resultados didáticos, essa qualidade não aparece.

E indo ao encontro do seu texto, há algo que observo com frequencia, que é a depredação do patrimônio público, com os alunos depois reclamando que a escola pública não tem o que a privada tem.

Enfim, é um tema complexo e por viver no meio dele, empolgo-me.

abraços

Daniel Moura disse...

O Problema é geral...
não só em londrina... infelizmente...
O sistema publico de ensino ainda tem que melhorar muito!!!

Anônimo disse...

Aqui no RS, o resultado foi um pouco acima da média também. E agora que eu li "colégio adventista", vi que não importa em que parte do mundo tenha uma dessas, todo mundo vai mal, ou seja, o ensino não é bom. Estudei no Colégio Adventista de Porto Alegre desde a segunda série até me formar e digo: tive um boletim com quase tudo 10 (nunca estudei muito) e já vai ser a sexta vez que tento para a univerdidade federal do RS. E o pior de tudo, minha mãe pagou este colégio particular só pensando na minha preparação para o futuro, que no fim, não adiantou para nada. Assim, poderia ter estudado em escola pública e ter conseguido as vantagens que alunos de escola pública tem para arranjar um faculdade mais fácilmente. É difícil..

Tiago Cardoso disse...

É uma pena que a realidade do Brasil seja essa.

Se em Londrina que é uma capital que, creio eu, tem um bom IDH, imagine como não foram os resultados aqui em Salvador e em outras cidades nordestinas.

O jeito é torcer e trabalhar pra tentar mudar as coias.


Aproveitando a oportunidade, te convido a conhecer o Blog Dó,Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si. Um blog sobre música. Como vi seu comentario no Blog Recife tem Música de Qualidade dizendo que finalmente tinha encontrado um blog de musica que tinha qualidade, vim lhe apresentar um outro.


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